Tuesday, July 04, 2006

PROJECTO DA REVISTA DE CONTOS DE LITERATURA FANTÁSTICA: ESCLARECIMENTOS



Temos recebido bastantes textos mas, infelizmente, a maioria não se enquadra minimamente no âmbito que se pretende aqui trabalhar: a Literatura Fantástica. Para além disso recebemos também textos cuja extensão não respeita aquilo que ficou determinado à partida. Como tal, e atendendo a que o prazo para entrega dos textos ainda vem longe (25 de Novembro), deixo aqui o esclarecimento de um dos membros do júri {Pedro Moura} sobre o que é na realidade Literatura Fantástica. Deixo ainda, mais uma vez, as condições de participação. De qualquer forma, quero agradecer às pessoas que já participaram, ficando à espera de mais participações.
[Quando falamos de Literatura Fantástica estamos] "mesmo a pensar nas teorias estruturalistas de Tzvetan Todorov (mas Caillois ajudou também) e no seu seminal livro "Introdução à Literatura Fantástica" (procurem que existe tradução portuguesa, antiga, pela Moraes), onde se define esse género literário.
De uma forma muito sucinta, eis do que se trata... Na verdade, até funciona melhor por oposição. Entendem o que significa "sobrenatural" ou "milagre"? Pois bem, são todos aqueles acontecimentos que não fazem parte das expectativas racionais da experiência humana de todos os dias, e onde cabem desde fantasmas ao Super-Homem, Jesus Cristo e monstros da ficção científica... Quando o conto inclui esse tipo (ou outros análogos) de acontecimentos, em que não há dúvida nenhuma de que nesse universo narrativo essas coisas acontecem mesmo, estamos perante o género do "maravilhoso". Entendem? Muito bem, passemos à frente...
Quando estamos num conto ou relato ou romance, etc., em que os acontecimentos parecem maravilhosos mas nunca se entende se são reais ou não, porque podem ser alucinações da personagem, impressões inconclusivas, dúvidas, etc., enfim, quando a dúvida é mais forte que a certeza dentro desse universo narrativo, estamos perante o "fantástico".
Todorov pensou em autores como Poe ou Gerard de Nerval ou Hoffmann, mas mesmo algum Kafka e algum Borges poderia ser incluído. Se não conhecem sequer estes autores de nome, acreditem que a arrogância de vos dizer que os devem ler antes é bem merecida.
Logo, que não se inclua no mesmo pacote a "ficção científica" (que trabalha usualmente o futuro a vir e os problemas e implicações levantados pela introdução de novas ou diferentes tecnologias), nem o "high fantasy" (que envolve homens com pouca roupa e monstros com nomes com mais consoantes que vogais e morais cristãs e bacocas pouco disfarçadas), nem o "realismo mágico" (que é uma desculpa para os escritores de esquerda entrarem em fantasias metafóricas para fazer analogias sobre os problemas prementes dos seus países)... "
CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO NA REVISTA DE CONTOS DE LITERATURA FANTÁSTICA:
#1: Os contos a submeter deverão integrar-se naquilo a que vulgarmente se chama Literatura Fantástica.
#2: Os contos deverão ser enviados para imprensacanalha@yahoo.com até ao dia 25 de Novembro deste ano. Não há limite para o numero de participações por autor.

#3: Os contos deverão ser curtos (máximo 6 págs. em Times New Roman formato 12) e inéditos em versão impressa.

#4: Os contos seleccionados serão anunciados até ao fim de Janeiro de 2007.

#5: Os contos seleccionados serão publicados, acompanhados por ilustrações de autores a indicar.
#6: A equipa que procederá à selecção dos contos que integrarão a primeira revista ilustrada de contos da Imprensa Canalha: José Feitor {ilustrador e editor da Imprensa Canalha}, David Soares {escritor e autor de BD}, Pedro Moura {crítico de BD} e André Lemos {ilustrador e editor da Opuntia Books}.

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